José Tarcísio Grunennvaldt
Primeiras palavras...
Os estudos evidenciam que o envelhecimento humano está associado a
fenômenos biológicos configurando-se em meio às determinações sociais e
culturais, podendo incorporar ao longo do tempo variações decorrentes de interpretações
de diferentes culturas (HAVEREN, 1999, apud CERQUEIRA et al., 2011). Portanto,
não se trata de algo situado no aqui e agora, pois o fenômeno do envelhecimento
não se reduz puramente a um estágio da intensificação do presente em seus aspectos
físicos do sujeito-velho.
A
velhice só pode e, somente só, poderá ser compreendida a partir de uma análise
processual. Por isso, envelhecer é um fenômeno natural, complexo, com muitas
dimensões, o qual se configura na sua construção no tempo, no espaço – que na
rua é lugar de velhos – e, principalmente, no corpo-sujeito deixando “marcas”
de perdas e aquisições individuais e coletivas. Com efeito, a velhice como a
última etapa do processo vital humano não se manifesta como uma ruptura com a
vida precedente, mas como parte integrante do processo que se inicia na
infância, juventude e maturidade, que podem ser vividas de diversas maneiras
(BOBBIO, 1996).
Pelo
olhar asseverado de Beauvoir (1990), só haverá uma alternativa: morrer
prematuramente, ou envelhecer e vivenciar a velhice. E aí nos perguntamos: mas
será isso tudo pouco? Algumas inquietações nos instigaram a pensar a velhice em
situação de rua ou de praças na relação direta com a sociedade capitalista. É o
caso da divisão social dos benefícios dentro da lógica do capitalismo em que
pessoas se estabelecem em seus lugares de moradia e outras vivem em situação de
rua, mas que o conjunto da população faz uma espécie de “ouvidos moucos” para
tal situação, como uma naturalização estranha do social.
Nosso
objetivo maior intenta, para além das explicações dos gerontológos que,
“separados do seu objeto de saber – os velhos –, buscam apreendê-lo, conhecer
os seus males e propor soluções para a sua vida” (HADDAD, 1986, p. 40), dar
visibilidade à condição existencial do sujeito-velho como problemática para a
formação profissional em Educação Física. Também objetivamos refletir, dialogar
e propor uma agenda de organização dos conhecimentos em favor de uma Educação
Física para e com o sujeito-velho do mundo e no mundo.
As
condições para o surgimento de uma proposta educativa compreensiva, portanto não generalizante, sobre a questão do
sujeito-velho, será possível somente com a opção por uma metodologia do estudo que
contemple a observação nas ruas e praças,
junto às rotas de movimentação dos sujeitos configuradores desses lugares.
Asseveramos tal postura, por que isso poderá corroborar e, confirmar a perversidade
da produção de conceitos sobre o fenômeno do envelhecimento a partir do
olhar exclusivo dos “salões acadêmicos”.
Quebrar
a conspiração do silêncio sobre o envelhecimento humano não é uma tarefa fácil
quando o conhecimento sobre o assunto se faz apenas entre o diálogo acadêmico e
o ditame de uma sociedade que privilegia estágios e não processos, pois entendemos
ser uma proposta para um futuro muito distante – a imagem do velho-sujeito que
enxergamos e afeta o outro. “Assim, pode-se compreender que a sociedade consiga
impedir-nos de ver nos velhos nossos semelhantes” (BEAUVOIR, 1990, p. 12). Uma
estranha invisibilidade do Outro-em-nós.
Nessa
mesma sociedade capitalista industrial, os imperativos da produção não
consideram homens, os sujeitos velhos. Evidenciamos tal afirmação ao observarmos que,
em geral, a velhice não tem uma fase evidente e definida. Para todas as outras
fases da vida, há um ritual de passagem que promove o sujeito. Ao contrário, no
ritual de passagem para a velhice, encontramos indícios que anunciam a
proximidade do sujeito da morte, muitas vezes, mesmo estando vivo.
Pretendemos
uma investidura para além das explicações que separam o objeto do saber do seu
sujeito, dessa maneira dando visibilidade à condição existencial do
velho-sujeito como problemática para a formação profissional em Educação
Física.
Para
tanto, nosso olhar metodológico encaminhou-se para “o visível e o invisível”,
“o olho e o espírito”, “o sentido e o não sentido”, “as aventuras e a
dialética”, “a existência e a significação”, “a vida e a metáfora” (REZENDE,
1990). Nossas leituras foram se delineando a partir de uma aproximação
descritiva entre os pressupostos fenomenológicos da percepção e da existência
de Merleau-Ponty – Antônio Muniz de Rezende – André Dartigues, as teorias do
processo de envelhecimento humano dos autores Norbert Elias – Norberto Bobbio –
Simone de Beauvoir – Guita Grin Debert – Eneida Haddad – Maria Cecília Minayo e
Ecléa Bosi, compreensão de diálogo em Paulo Freire, de sociedade em Zygmunt Bauman,
e formação em Educação Física – Silvino Santin e Eleonor Kunz.
A partir
desse enfoque, percebemos ser necessário atentar-nos para um olhar sensível que
consiga “[...] aliar sentimento às análises teóricas, coisa que a universidade
teima em se negar a fazer” (BUARQUE, 2003, p. 7-10).
Com
efeito, não podemos consentir mais a discussão sobre envelhecimento humano sem
a participação verdadeira do velho-sujeito como protagonista dessa discussão;
do contrário, todas as ações pensadas e realizadas para este sujeito podem
advir de um caráter controlador de um grupo social ou de uma determinada faixa
etária da população. Isso evidenciaria a prática do pensar para o outro e não
com o outro (FREIRE, 2014).
Teófilo
de Queiroz Jr. (1996), ao escrever o prefácio do livro A Ideologia da Velhice, de Eneida Haddad, questionou-se: “Será que
o velho, nesta ou naquela outra situação, não teria o que dizer a respeito de
sua própria situação em favor de seu próprio atendimento?”.
Devemos
deixar os velhos e seu mundo de vida fundirem a utilização com a fruição, a
exaltarem os aspectos emocionais e intelectuais para sua condição de “seres-sujeitos”,
mais que isso: seres-sujeitos no mundo e do mundo. Farão isso os velhos
moradores e moradoras em condição de rua?
O que falam sobre a velhice?
O tema
envelhecimento humano provoca alguns questionamentos: por que ficamos velhos?
Por que a duração do tempo de vida é diferente entre as espécies e até mesmo
entre seres de uma mesma espécie?
O
envelhecimento não é um processo estagnado, mas é o resultado e o prolongamento
de outros processos já experimentados antes, uma mudança sucessiva: “Um
processo progressivo de mudança desfavorável, geralmente ligado à passagem do
tempo, tornando-se aparente depois da maturidade e desembocando invariavelmente
na morte” (BEAUVOIR, 1990, p. 17).
Poderíamos
então relacionar o envelhecimento a um lento processo de morte? Beauvoir
explica que não, pois estar vivo significa mudar; logo, mudar é lei na vida do
ser humano. “Um tal paradoxo desconhece a essencial verdade da vida; esta é um
sistema instável no qual, a cada instante, o equilíbrio se perde e se reconquista
[...]” (ibid., p. 17). Estar inerte nessa fluência da vida é sinônimo de morte.
Acrescentaríamos aqui que ser colocado em inércia nesse processo também é
sinônimo de morte.
A
medicina atual considera o envelhecimento como um processo inerente ao processo
de vida assim como é o nascimento, o crescimento, a reprodução e a morte (ibid.).
Para
Bobbio (1997), a fase do envelhecimento humano em questão, a velhice, em
momento algum esteve separada do restante da vida de um indivíduo; pelo
contrário, é a continuidade da infância, adolescência, juventude e maturidade.
“De todos os fenômenos contemporâneos, o menos contestável [...] e talvez o de
consequências mais pesadas é o envelhecimento da população” (BEAUVOIR, 1990, p.
271).
Tão
prontamente, indagamo-nos novamente: se o envelhecimento é um processo natural
e inerente ao processo de vida, por que envelhecer se tornou um caminho
estigmatizado de segregação dos sujeitos?
De
acordo com Minayo e Coimbra (2002), o envelhecimento é um processo único. Experimentar
a velhice é experimentar a diversidade da transformação dos corpos em sua
subjetividade, relacionando esta experimentação à história de cada sujeito e às
particularidades nas quais estão inseridos, como classe social, gênero e etnia.
Nesse
sentido, evidenciamos ser o envelhecimento humano um processo de ordem
cultural, consequentemente fenomenológico.
Envelhecer,
na maioria das vezes, é um processo entendido como um desvio das normas
sociais. Para os outros – grupos considerados de idade normal –, colocar-se no
lugar e viver experiências do grupo dos sujeitos velhos é uma tarefa árdua,
haja vista a “falta de experimentação da velhice” e sentimento de superioridade
e poder dos sujeitos jovens em relação aos sujeitos velhos. “A sensação ‘talvez
eu fique velho um dia’ pode estar inteiramente ausente” (ELIAS, 2001, p. 82).
Dessa
maneira, “entendamo-nos, a marginalização dos velhos em uma época em que a
marcha da história está cada vez mais acelerada é um dado de fato que é
impossível de ignorar” (BOBBIO, 1997, p. 20). Toda sociedade “[...] tende a
viver, a sobreviver, exalta o vigor e a fecundidade ligados à juventude; teme o
desgaste e a esterilidade da velhice (BEAUVOIR, 1990, p. 52).
O
movimento de decadência da vitalidade relacionado ao envelhecimento resulta em
uma mudança de status onde o
indivíduo transmissor do saber – o sábio, o modelo, o mestre em diferentes
funções – deixa de existir ou, simplesmente, não serve mais para a sociedade
contemporânea, pois o indivíduo que possui valor é o que produz por meio do
trabalho. Isso pode ser inteiramente verdadeiro se o trabalho for concebido em
modos de produção capitalista, de valor para o mercado?
O
aumento da população de sujeitos velhos poderia sugerir uma associação com a
melhora da qualidade de vida e do bem-estar social, no entanto “[...] o
conjunto de representações sobre a etapa final da vida humana é organizado
segundo as determinações básicas do modo capitalista de produção” (HADDAD,
1986, p. 16). Dessa forma, a ideia de perda de valor é reforçada na seguinte
situação: “Como no interior de certas famílias, aproveita-se dele o braço
servil, mas não o conselho [...]” (BOSI, 1994, p. 79).
[...]
a velhice é elemento fundamental à reprodução das relações capitalistas na
medida em que a produção de ideias, valores, princípios e doutrinas, o conjunto
de representações sobre a etapa final da vida humana é organizado segundo as
determinações básicas do modo capitalista de produção. As sociedades
capitalistas, transformando as pessoas em mercadorias, condenam o trabalhador à
degradação durante toda a trajetória da sua vida (HADDAD, 1986, p. 16).
Muitas
são as teorias sobre o envelhecimento humano, encaradas pelos legisladores e
moralistas de maneira contraditória à visão dos poetas. O certo é que “os
ideólogos forjam concepções da velhice de acordo com os interesses de sua
classe. [...] como os poetas são mais espontâneos, são mais sinceros” (BEAUVOIR,
1990, p. 109).
A visão
biologista do ser-sujeito apropriou-se dos saberes sobre envelhecimento assim
como o aumento da população envelhecida serviu como “[...] objeto de
adestramento político e moral [...]” (HADDAD, 1986, p. 18) de toda uma
sociedade, fazendo com que as produções sobre envelhecimento humano fossem
ideológicas.
Sendo o
envelhecimento humano um processo complexo, evidenciamos que ele é também
fenomenológico, pois a fenomenologia como método busca a compreensão e o nosso
relacionamento com a plenitude do sentido, com a certeza de que nunca o
encontrará de maneira homogênea (REZENDE, 1990).
O
conhecimento médico sobre a velhice, ou seja, o discurso biologista sobre o
envelhecimento humano tem sido transmitido em nossa sociedade através de todos
os meios de informações, estando presente inclusive no discurso dos
legisladores do Estado. Este mesmo conhecimento trata também de outros aspectos
de ordem sociocultural: “[...] refere-se às questões relativas à patologia da
velhice, ao processo de envelhecimento, e, finalmente, ao aumento da duração de
vida humana [...]” (HADDAD, 1986, p. 23).
Este
enfoque das ciências biológicas traz em seu bojo a função de evitar que o
envelhecimento como fenômeno fisiológico se transforme em envelhecimento como
sinônimo de doença. Acreditamos que algumas dessas informações biologistas
sejam importantes e necessárias, uma vez que estão associadas e articuladas com
os aspectos sociais e culturais do sujeito envelhecendo em questão.
Lembremo-nos: não se separam biologia, psique e interioridade humana em
Merleau-Ponty!
Outro
discurso recorrente da academia é o que faz do velho um sujeito “empalhado” em
sua época de juventude. Quando falamos em linda velhice, devemos entender que o
homem encontrou em si a beleza moral e física, não que seu vigor físico de
jovem tenha se mantido intacto. “Nenhum homem que vive muito tempo escapa à velhice;
é um fenômeno inelutável e irreversível” (BEAUVOIR, 1990, p. 46).
Ao
observarmos o conteúdo dos trabalhos publicados, percebemos a geriatria e a
gerontologia como as principais áreas detentoras da velhice ideologizada. O
produto do conhecimento evidenciado pelos teóricos da velhice – as ideias
prontas – procura nos fazer aceitar “que a realidade vivida pelo homem no final
de sua vida poderá ser alterada com a ação da “ciência”, das instituições
sociais, do Estado e do próprio idoso” (HADDAD, 1986, p. 33). Isso não passa de
uma criação ideológica da ciência apropriada pela burguesia, ou seja, um
instrumento de dominação, o qual requer projetos para e em nome desta etapa da
vida humana. Assim, desconhecem em sua totalidade “o processo de surgimento da
problemática da velhice” (ibid., p. 34).
A ordem
é homogeneizar o envelhecimento humano por meio de um trabalho de orientação
para a educação de uma velhice positiva e saudável. Esta ação implica em
formar, educar e ordenar indivíduos saudáveis ao seu máximo para que estes
sejam autossuficientes o maior tempo possível em sua última fase de vida. Ou
ainda, inseri-los como consumidores em um Mercado feito de respostas às suas
debilidades, fraquezas, doenças e morte.
Indagamo-nos
acerca do tema: por que e como educar um indivíduo para sua velhice?
O mundo
real, mundo da práxis humana e produtor da velhice trágica, é ocultado por meio
dos discursos ideológicos sobre a velhice, os quais seguem determinados a
afirmar que os homens precisam aprender a envelhecer. Um falar para os velhos!
(FREIRE, 2014).
Propor
a educação como alternativa para a solução da velhice trágica é ocultar a
realidade histórico-social; é tomar como verdadeira ‘a ideia’ de que a
pedagogia da velhice encerra em si mesma uma saída para a ‘questão da velhice’,
possibilitando aos homens condições para viverem, através do processo de
ressocialização, da inculcação das normas geriátricas relativas à aprendizagem
da arte de saber envelhecer, uma existência diferente daquela que é produzida
socialmente (HADDAD, 1986, p. 36).
Verificamos
uma contradição entre o discurso biológico do saber envelhecer e as razões de
ser, pois a velhice busca sua essência no social e no cultural, não apenas no
campo da biologia. Quando os técnicos monopolizam o conhecimento e o saber
sobre a velhice, os velhos – sujeitos do fenômeno do envelhecimento – passam de
sujeitos a objetos deste saber, “perdendo as suas particularidades enquanto ser
histórico” (ibid., p. 37).
Nesse
sentido, observamos o sujeito velho ser tratado em pesquisas acadêmicas como
coisas descaracterizadas e fragmentadas. Os resultados destas pesquisas,
produzidas pelos intelectuais do discurso positivista sobre a velhice,
expressam o ideal das relações sociais, políticas e materiais dominantes. “Os
teóricos da velhice não fazem dos idosos o terreno da “sua” ciência, para a
“sua” ciência e pela “sua” ciência [...]” (ibid., p. 40), pois,
[...]
a ciência é um exercício de conhecimento e reconhecimento do próprio homem; não
se faz ciência para que as abelhas se entendam melhor, senão para os homens, e
mesmo quando esse percurso passa por um momento em que é necessário que as
abelhas se entendam melhor, esse é somente um momento: o sujeito e o objeto da
ciência é o homem. E cabe, pois, aos cientistas recuperarem essa dimensão
humanista e humanitária da ciência (OLIVEIRA, apud HADDAD, 1986, p. 41).
Segundo os
textos encontrados, hoje o que a universidade oferece é uma perspectiva de educação
que procura vigiar o processo de envelhecimento humano. São discursos
dominantes, tampouco despretensiosos, ligados à dominação e, com um sentido
messiânico, “[...] através da ação conjunta dos ‘esclarecidos’, pretende anular
a discriminação, a tragédia da velhice, contando com as trilhas da educação
libertadora” (HADDAD, 1986, p. 39).
Envelhecimento humano: aproximações com uma
concepção dialógica e uma teoria do movimento
Em
geral, as instituições – sobretudo as educacionais e, dentre elas, mais
precisamente, as que formam profissionais para atuarem sobre/com o ser humano
em movimento (corpo-movimento) – não podem perder de vista a dimensão do
fenômeno contemporâneo do envelhecimento populacional.
Falamos
de um olhar que não se reduz meramente ao velho-sujeito caracterizado em sua
condição de senhor ou senhora com mais de 60 anos de idade que apresentam um
quadro característico de involução biológica, no que toca à redução de suas
funções morfológicas, funcionais e de limitação da capacidade de movimentos. Estamos nos referindo a uma visão
prospectiva do ser humano que, de criança-jovem-adulto-velho, precisa ser visto
sob uma perspectiva geracional, de relação, que é o que sustenta nosso estar
sendo, tendo em vista que, nessas várias fotografias (paisagens) da vida (corte
longitudinal), as pessoas devem ser percebidas de modo a reconhecê-las como o
outro semelhante e, dado a inseparabilidade nem mesmo à suposta superioridade
do discurso da previsibilidade em favor da segmentação e especialização da racionalidade
da ciência moderna, conceder-lhes o que demandamos como direito, o
reconhecimento da humanidade universal de todos e todas concretizada num corpo
reflexivo único (MERLEAU-PONTY, 1999).
Investir
na educação com o olhar sobre o envelhecimento como processo, para além das
questões pontuais do sujeito velho, no aqui e agora, da percepção científica
(diminuição da massa muscular, coordenação, flexibilidade e potência sexual), talvez
seja uma das questões que mereça cuidadosa atenção nos cursos que formam os
profissionais da Educação Física.
Pensamos
assim, pois, quando se faz referência ao envelhecimento humano, temos a
convicção da necessidade de tratar a questão da distensão do viver, levando em
conta a inseparabilidade entre movimentar-se e perceber, e quais as
consequências dessa relação para um conceito de pedagogia dialógica do
movimento humano que ouça e atente aos sujeitos se percebendo envelhecidos.
Certamente, aqui se deve dar margem a um entendimento pouco valorizado no mundo
científico-acadêmico. Falamos de autoconhecimento e conhecimento de si, e das
possibilidades de sua valorização pelos profissionais de Educação Física ao
levarem em conta toda a história de vida e de conhecimento que o velho-sujeito
produziu ao longo de sua existência. Uma aprendizagem adquirida no corpo: conhecer
o modus operandi sob qual se formou o
profissional de Educação Física para intervir junto às pessoas idosas para
então destacar que “conhecimento de si” e “autoconhecimento” não constam da
lógica operatória que postula ter e ver no conhecimento científico a autoridade
de intervir sobre as pessoas.
Nesse
ínterim, conceitos como intuição, percepção, sensibilidade e sentimento, que
não fazem parte do universo científico moderno, talvez possam ser instigantes e
nos ajudar a criar condições de diálogo com sujeitos envelhecidos e, então,
olhar para o envelhecimento com mais acuidade.
Mas temos
de nos perguntar: como a ciência trata ou tratou esse corpo envelhecido? A esse
corpo envelhecido, é dada a prerrogativa de se servir de um sujeito, ou é mais
sensato e universal atribuir-lhe a alcunha de objeto de pesquisa? Sem levantar
as questões que consideram que há sentido na vida das pessoas, independentemente
de qual é a sua condição, não poderemos avançar e propor uma relação mais
dialogada entre sujeitos que pesquisam e sujeitos-velhos que insistem em viver
com autonomia.
A
educação se materializa por um itinerário de intervenções que começa desde a
mais tenra idade. Inicialmente com a família, complementa-se na escola e ao
longo da vida. Portanto, isso implica em uma postura educativa que contemple o
diálogo intergeracional, a tolerância e, principalmente, o sujeito se conhecer,
para saber ser no futuro.
Nesse
sentido, precisa-se investir em ações educativas capazes de
construir/transmitir um capital cultural de conhecimento sobre o ser humano
como sujeito que, ao longo do ciclo vital, passa por diversos estágios que
denotam também algumas paisagens. As paisagens são imagens idiossincráticas,
por vezes carregadas de determinações sociais, econômicas, frustrações
afetivas, amorosas, profissionais e perdas de entes queridos que fazem com que as grandes generalizações já não se
constituam um método mais realista para estudar os velhos-sujeitos da
contemporaneidade.
Entendemos
que só será possível insistir com as crianças em favor de um estilo de vida
agradável se elas mesmas captassem que estar sendo criança é se colocar em
prospectiva diante da possibilidade de realização de um adulto em sua
plenitude.
Corpo e movimento: é possível olhar para essa
relação no velho-sujeito como possibilidade?
Movimentar-se
é a forma de ação original do ser humano, por meio da qual ele se remete ao
mundo, e na qual – como ação – constrói a si como sujeito e o mundo como sua
contraface imaginária. Movimentar-se é, junto com o pensar e falar, entre outra
ações, uma das múltiplas formas nas quais a unidade primeva do ser humano se
manifesta (TRAMBOER, 1979, p. 16, apud TREBELS, 2003, p. 260).
Se o
movimentar-se é perceber, então se pode deduzir que o velho-sujeito percebe, é
ator e não paciente. Na relação tradicional da pesquisa e da intervenção com
idosos, isso em si já evidencia a superação da visão tradicional da mecânica do
movimento humano.
Partindo
da teoria mecânica para a teoria não mecânica do movimento humano, Trebels (2003)
propôs um conceito dialógico de movimento. Nesse sentido, ele apresenta as duas
visões que existem acerca do ser humano em movimento:
1. A
dicotomização do ser humano em objeto do movimento (como tema de pesquisa);
2.
Sujeito do movimento (como instância da ação intencional), que se toma como
problema sobre o qual se deve mais detalhadamente refletir.
Assim, este
autor destaca que, no cenário corrente do movimento, há a dificuldade de se
colocar a unidade do ser que se move (movente). Se esta diferenciação acima
delineada permanece, como se configura a relação do ser humano no mundo? Seria
possível, então, evidenciar uma teoria não tecnológica e não totalmente
científica de corpo-movimento de sujeitos-velhos mediada pelos conceitos de
intuição, sensação, percepção e sentimento?
Trebels
(2003), com base em Gordijn (1968), quer nos dizer como ocorre a relação entre uma
pessoa e mundo ao utilizar a metáfora do diálogo que, de certo modo, delimita a
especificidade da relação nossa com o mundo e o modo de acontecer da relação. Visto
ser um diálogo, far-se-á por meio de um jogo com perguntas e respostas.
Nessa
ação de movimento, o mundo e as coisas são questionados pelo sujeito/ator do
movimento, ao mesmo tempo em que responde ao mundo com sua presença. Nesse
sentido, movimentar-se significa e assume a condição de se relacionar
intencionalmente com o mundo, como se o mundo fosse uma extensão do sujeito.
Intencionalidade,
para a fenomenologia, não significa apenas o movimento do ser humano na direção
de um objeto, mas também um movimento pré-consciente e pré-racional, tal como
pode ser observado em organismos biológicos: um sinal de vitalidade. Neste
sentido, pode-se falar em um fluxo de intencionalidade no movimento humano, do
mundo para o ator do movimento e vice-versa. O mundo seguro das coisas das definições
físicas perde sua identidade e passividade no ato de se movimentar. Esta é uma
consequência de considerarmos o conceito de movimento dialógico (TREBELS, 2003,
p. 260).
Com
efeito, aquele que se movimenta participa de uma experiência de significado
motriz (GORDIJN, apud TEBELS, 2003, p. 260). Esse conceito abarca os
significados subjetivos (intencionais) e objetivos (percebidos no mundo), mas
que se relacionam organicamente. Assim, o significado motriz não se resume apenas
à produção dos sentidos, tampouco é o resultado de qualidades intrínsecas ao objeto
experienciado pelo sujeito; ao mesmo tempo, é uma inter-relação e mútua
determinação de ambas as perspectivas. Ambas permanecem em ligação coincidente.
A
orientação mais comum na área do exercício físico e da saúde para a terceira
idade se configura com rotinas e baterias de testes que já estão padronizadas
para os sujeitos em suas faixas etárias. Realizadas as baterias de testes e
verificados os resultados, os sujeitos serão submetidos aos exercícios para
adquirirem a melhoria e cuidarem da manutenção de seu quadro morfológico e
funcional, bem como o desempenho nos mais variados testes que auferem as
capacidades motoras.
Quando
se perspectiva com a metáfora-diálogo, a ferramenta de o homem se relacionar
com o mundo, é inevitável a dimensão que o movimento humano assume na relação,
tendo em vista que ela só pode ser realizada com intencionalidade e movimento.
Isso permite que pensadores como Gordijn, citado por Trebels (2003), proponham
a mediação pedagógica entre os sujeitos das ações motoras pela intenção de movimento.
Tomaremos
de empréstimo a proposição de Gordijn, apud Trebels (2003, p. 261), da relação
entre professor e aluno, e que a ação não deva ser colocada como algo a ser
seguida, mas “propõe a mediação pedagógica pela intenção do movimento [...]
como uma conversão em um significado motriz em cada forma específica de
movimento”. Quando está em questão a apresentação de sequências de exercícios
para velhos-sujeitos, deve-se oportunizar que “[...] o sentido do ensino nestas
aulas está relacionado à transformação destes movimentos em novas formas que
individualmente possam ser desenvolvidas” (ibid., p. 261).
Assim, algumas
perguntas emergem: o uso do conceito dialógico de movimento permite
possibilidades de compreensão do movimento humano para além das técnicas preconcebidas
e deve-se ensiná-lo com compromisso pedagógico? Como podemos relacionar o
conceito dialógico de movimento ao campo das ciências do esporte e da saúde? Em
que prevalece o conceito estruturalista e mecanicista de movimento? O saber do
corpo nunca está feito.
[...]
pois, na experiência do outro, mais claramente (mas não diferentemente) do que
na da palavra ou do mundo percebido, apreendo inevitavelmente meu corpo como
uma espontaneidade que me ensina aquilo que não poderia saber, a não ser por
ela. (MERLEAU-PONTY, 1991, p. 100).
Temos a
convicção de que, devido à aridez das questões, não temos em nossas mãos os
indicadores para as respostas. No entanto, nós nos sustentaremos em Tamboer
(1985), apud Trebels (2003, p. 261), pelo fato de que o autor já analisou
diferentes perspectivas científicas do ser humano e do corpo. Para tanto,
lançou mão de diversas “metáforas relacionadas ao corpo humano, quais sejam:
máquina, relógio, cárcere da alma, computador, entre outras”.
Visando
aprofundar a elaboração das metáforas, desenvolveu uma tipologia de imagens de
ser humano em que pretende superar a dicotomia sujeito/objeto. Para tanto,
sugere-nos que existem:
a)
Figurações do ser humano que são substanciais,
quer dizer, que conceituam o ser humano ou seu corpo como entidade isolada,
contida por um invólucro, a pele. Esta tipologia da imagem de corpo corresponde
especialmente ao paradigma empírico-analítico de pesquisa.
b)
Figurações do ser humano que são relacionais:
o corpo não é uma entidade isolada, que pode estar ligada a outras, também
isoladas, que lhe são externas. O ponto de partida é uma condição relacional
inerente ao corpo, que se torna clara, por exemplo, no conceito de corpssubject, de Merleau Ponty. As
reflexões de Weizsäcker, Christian e Buytendijk correspondem a esta condição
relacional (TAMBOER, 1985, apud TREBELS, 2003, p. 262).
É possível articular os conceitos de movimento
substancial e movimento relacional sob a mútua determinação na mediação
pedagógica com velhos pela intenção do movimento no cotidiano?
Para o
mundo científico que nos acorre com seus padrões de pesquisa e exigências, mais
dados para com as inovações que as academias devem supostamente estar em
consonância, não vai ser fácil propor o diálogo com sujeitos-velhos a partir de
uma abordagem relacional, tendo em vista que esta visão se coloca na dimensão
contrária de uma imagem dualista de ser humano.
Nas
trilhas de Elias (1992), é possível continuar com sua reflexão sobre as vias
pelas quais os valores heteronômicos restringiram o campo de visão dos
estudiosos e contribuíram para estabelecer uma leitura de desprezo para com o
idoso. Nesses termos, a velhice e seus sujeitos parecem ter sido ignorados como
um objeto de reflexão acadêmica e de investigação, de modo análogo com que
Elias (1992) se referia ao desporto.
Afirmamos
isso pelo fato de o esporte ser considerado como algo que se encontra situado
no lado que se avalia como negativo no complexo dicotômico do modo convencional
aceito entre os fenômenos de trabalho e lazer, espírito e corpo, econômico e
não econômico, seriedade e prazer, e, com mais impacto sobre nossa pesquisa,
entre a capacidade do corpo para produzir e o corpo “improdutivo”.
Assim,
sob um quadro que tendencialmente orienta o pensamento reducionista e dualista
ocidental, os velhos são pouco propensos a serem produtivos e sem grande
capacidade de gerar produtos, tendência irremediável que tem acometido as
pesquisas no ambiente universitário.
Entretanto,
o que nos parece razoável é que a abordagem relacional possibilita a
compreensão de aproximação do ser corpóreo com o mundo e pode ser entendida
como o reconhecimento da realização de significados do velho-sujeito. Para
Tamboer (1985), apud Trebels (2003, p. 262), “a metáfora que corresponde à
imagem do corpo relacional é a da rede no plano macro e a do diálogo neste
plano”. Contudo, o que é perturbador é que também este olhar unificador
permanece relativo.
Este é o
ponto que precisa ser analisado: como tal incidência pode se manifestar nos
olhares sobre o velho-sujeito, pois esses ainda não se permitem fugir da
leitura fragmentária e dicotômica das análises científicas das Ciências da Natureza
sobre o ser humano.
Será
isso resultante de uma opção de formação acadêmica, com suas investigações e
intervenções com/sobre corpo e movimento? Um fenômeno que precisa ser
investigado com mais cuidado é como isso vem sendo tratado nos cursos que
formam profissionais que atuam diretamente com velhos-sujeitos, pois só a
pesquisa detalhada com análise poderá nos apresentar alguns indicadores que
mostrem se as mútuas determinações entre as manifestações substanciais e as
relacionais configuram, de modo inseparável, o ser corpóreo no mundo.
Para Tamboer (1985), as duas expressões tipológicas são manifestações
da diversidade na unidade – um conceito fundamental de Merleau-Ponty. Ambas se
complementam e fundamentam uma relação ontológica, profundamente inseparável.
Não se pode passar por cima, no entanto, do fato de que a imagem substancial se
coloca, em princípio, na direção contrária de uma inter-relação com sua
correspondente relacional (TREBELS, 2003, p. 262).
Em nossa
pesquisa em curso, pretendemos verificar como esta complementaridade pode se
tornar prática. Isso será provocativo na medida em que a exploração dos limites
das disciplinas da Fisiologia e da Anatomia podem, de fato, dizer algo sobre o
ser vivente. Assim, para Weizsäcker (1968), citado por Trebels (2003, p. 262),
seria razoável que “estas disciplinas precisam, no entanto, ser entendidas em
suas condições de possibilidade para o esclarecimento, e não como absolutas”.
Existem
evidências de que, no esporte de rendimento, o treinador Frank Hensel articulou
os conceitos de movimento substancial e relacional, na prova de 110 metros com
barreiras. Para Trebels (2003, p. 263),
[...]
o que Hensel (1988) faz é uma articulação entre uma abordagem substantiva do
movimento – que exige o controle do tempo e o uso de aparatos eletrônicos – e
outra relacional, o que fortalece a tese da mútua determinação. Mas permanece a
pergunta: seria ela universal?
No
esporte de rendimento, a perspectiva de mútua determinação teve aceitação e
legitimações, tendo em vista a sua singularidade, até pelo fato de que ocorre a
necessidade de transposição de grandes limites. No entanto, em que medida
poderíamos encontrar complementos mutuamente determinantes também para os
movimentos que não estão no horizonte do esporte de rendimento?
Se
quisermos pensar na utilização dessa mútua determinação para outras esferas que
não as do esporte de rendimento, Tamboer (1994), citado por Trebels (2003),
chama a atenção para uma forma de superação de fronteiras que pode ser significativa,
que é das pequenas transposições de
limites. No entanto, como as pequenas transposições de limites poderiam se
tornar possibilidades de diálogo entre a ciência e o mundo de vida e de
existência de velhos-sujeitos com sua capacidade vital e biológica em declínio?
Trebels (2003, p. 264) nos alenta, ao passo que
nos instiga, ao sugerir que
[...]
pessoas doentes, cujos organismos estão muito fracos, podem se valer, com
grande importância, destas pequenas transposições. A superação destas pequenas
fronteiras é muito importante, ainda que não suficiente para a construção plena
do movimentar-se autônomo. Se considerarmos esta complementaridade, estão,
então, colocadas, pelo menos, as possibilidades de generalização da mútua
determinação entre as figurações relacional e substancial do movimento humano.
Verificar
nos currículos de formação de profissionais de Educação Física as bases em que
se fundamentavam as propostas de intervenções no âmbito da esfera da “terceira
idade” nos parece um desafio a ser concretizado. Verificar neles com afinco em
que medida as metáforas sobre ser humano e corpo tendem a ver o humano sob as
imagens das figurações substanciais ou das figurações relacionais será nosso
desafio.
Além
disso, parece-nos oportuno, já que nos predispomos a olhar para o currículo no
processo, desde a implantação da Educação Física com a Escola Nacional de
Educação Física e Desportos (ENEFD) da Universidade do Brasil de 1939 até os
dias atuais, investigar como e quando o humano velho começa a ter alguma
atenção.
Por
certo, um trabalho árduo, mas necessário e importante para compreendermos que
as coisas nem sempre foram como elas se apresentam, no aqui e agora, ao nosso
olhar.
Considerações finais
Com o
aumento da expectativa de vida e, consequentemente, do número de pessoas velhas
se dando em nível mundial, surge um novo quadro histórico na política
assistencialista do Brasil para idosos. Se, por um lado, observamos por parte
do Estado uma necessidade de adestramento do velho-sujeito intentando preservar
o “corpo- capitalista” desse mesmo sujeito, por outro, verificamos a
intencionalidade de apropriação e disputa dos conhecimentos produzidos sobre o
envelhecimento humano dentro dos salões acadêmicos se dando contra esse sujeito,
uma vez que as pesquisas realizadas produzem conhecimentos idealizados de
acordo com interesses de uma pequena parcela da população.
O que
encontramos nas pesquisas realizadas através de conversas com idosos foram situações
de abandono extremo, perda da própria noção do corpo, amortecimento da
acuidade, um caso de internamento onde restavam pele e osso; idosos em situação
de sofrimento estênico, com gritos impressionantes advindos da condição de
crise de abstenção, sob chuva, em beira de calçada. Esta condição exige outro
conhecimento maior, o da sensibilidade, o caminho da intracorporalidade, da
comunhão sensível intencionada, da busca de encontrar nestas pessoas os(as) outros(as)
de nós. E a recusa de remover pessoas ao abrigo como se fossem lixo, para
higienizar uma cultura suja e assassina. Necessário, ainda, como nunca, a
formação para o impensável e inexprimível.
À medida
que nossas leituras foram sendo realizadas, evidenciamos que a “ideologia da
velhice”, citada por Haddad em 1986, demanda o conhecimento da “práxis da
velhice” nos âmbitos: institucional de amparo e de educação-formação de
profissionais intelectuais voltados para a noção técnica, política e ético-estética,
juntas.
Nesse
contexto, não nos limitamos à compreensão dos propósitos estéticos das
representações sobre a velhice, mas, sim, a ressaltar a importância de
possíveis diálogos entre a Educação Física e o fenômeno do envelhecimento
humano para além da velhice estética, além de constatarmos, na literatura
poética brasileira, a práxis da velhice de maneira privilegiada, centrada em
pessoas, e pessoas injustamente oprimidas.
Referências
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